O verdadeiro amor conjugal

Imagem adicionada ao texto em 31 de julho de 2017.

Um professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento. Argumentavam que o que mantém um casal é o sexo e o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando estes se apagam, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio. O mestre disse que respeitava a opinião do grupo, mas lhes contou a seguinte história:

“Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto. Meu pai a acudiu, levou-a até a caminhonete e a toda velocidade dirigiu-se ao hospital. Mas, quando lá chegou, infelizmente ela já estava morta. Durante o velório meu pai quase não falou. Seu sofrimento era profundo. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados. Na hora do sepultamento, papai passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção: “Meus filhos, foram 55 bons anos... Ninguém pode melhor falar do verdadeiro amor conjugal se não tem ideia do que é compartilhar a vida diária com alguém por tanto tempo. Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços e beijos diários, e perdoamos nossos erros... Filhos, agora ela se foi e estou contente. Sabem por quê? Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que ela sofresse assim...” Quando meu pai terminou de falar, o seu rosto e também o de todos nós, seus filhos, estavam cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos carinhosamente e ele nos consolou, dizendo: “Está tudo bem, queridos filhos, vamos para casa.”'

E, por fim, o professor concluiu: “Naquele dia eu entendi o que é o amor conjugal verdadeiro. Está muito além do romantismo e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao respeito, ao entendimento, a dignidade, ao reconhecimento, a gratidão, ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas com os votos que fizeram perante a autoridade civil e, sobretudo, diante do Deus Triúno.”

Quando o professor terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar, pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O verdadeiro amor entre um homem e uma mulher, unidos pelos laços do matrimônio, não se revela somente através de manifestações em ocasiões festivas, mas sim e, principalmente, nos pequenos gestos, no dia a dia e por TODOS os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, não se conduz inconvenientemente, não é grosseiro, não guarda mágoas, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.

“Que o casamento seja respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro.” Hb. 13.4. “Marido, ame a sua esposa assim como Cristo amou a igreja e deu sua vida por ela. Esposa, trate ao seu marido com o mesmo respeito que você tem pelo Senhor Jesus, assim como a Igreja voluntariamente serve a Cristo.” Ef. 5.21-33. “O Senhor abençoa o lar dos que são corretos.” Pv. 3.33.

- Pastor Alaor

Publicado originalmente no Boletim Informativo da CELC/SP - nº 292